quinta-feira, 8 de julho de 2010

Os casos da Bahia e de Vitória da Conquista.

O atual governador da Bahia, Jacques Wagner, justifica a sua proibição de divulgação de dados sobre violência no Estado nos últimos anos: manutenção dos computadores da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia por seis meses. As taxas de homicídio chegando a 14 mil nos últimos anos (cf. Blog do Gedel, acesso julho de 2010) dão um indício de que não só o problema da violência no Estado tornou-se um grave e crescente problema, como parece estar fora de controle. As causas parecem ser as mesmas que as do resto do país: crime organizado e tráfico de drogas decorrentes de históricos subdesenvolvimento e desigualdade social.
Vejamos o caso de Vitória da Conquista.
Em 2007, o então prefeito da cidade publicou um livro intitulado Conquistas da juventude: políticas públicas e cidadania em que se faz uma avaliação dos últimos anos de seu governo. O foco do Trabalho são os jovens. O que se percebe da leitura do livro é que existem graves problemas estruturais (analfabetismo, violência generalizada, tráfico e consumo generalizado de drogas ilícitas, dentre outros) embora o governo tente ocultar estes fatos. Por exemplo: uma quantidade enorme de jovens alegou conhecer pessoas que consumiam e/ou vendiam drogas, mas, nos textos que compõem a coletânea do livro este problema sequer aparece; outro ponto: mais de 90% dos jovens (somando-se estudantes de escolas públicas e particulares) alegou não confiar na polícia sob nenhuma hipótese (chacinas envolvendo policiais na cidade há alguns meses pode ser uma explicação desta desconfiança – talvez problema antigo que ainda não foi solucionado, conforme nota 3, deste trabalho). Isto indicaria uma usual truculência da força policial, ou de parte dela, ilegal e ocultada. A falta de estudos locais e proibições como a do então governador inibem uma melhor visualização do problema da violência local. Há alguns projetos que visão a combater algumas faces da violência na cidade. São os seguintes:
O projeto Sentinela combate a violência, sobretudo aquela praticada contra jovens e crianças. Este projeto, segundo Monalisa Barros (2007: 85), tem objetivo de “oferecer proteção integral a crianças e adolescentes a fim de minimizar os efeitos causados pela violência”; o principal tipo de violência combatido pelo projeto diz respeito à violência sexual praticada contra jovens e crianças.
O projeto Conquista Criança, por outro lado, tem um caráter mais preventivo, pois ele objetiva retirar crianças em condições de risco e colocá-las em atividades de cunho educacional. O público em geral é formado por crianças que trabalham nas ruas da cidade (catando latas, papelão, vendendo doces etc.).
Atitudes como estas (esconder o problema para não assumir descompromisso político) somente contribuem para o aumento da violência e não seu fim. Deve-se, portanto investigar os males que a causam e trabalhá-los visando à construção de uma cidadania verdadeira.

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